quarta-feira, 4 de abril de 2012

Morfologia - Banco de Questões


FGV 2002

Assinale a alternativa na qual QUE tem a mesma classificação morfológica que na frase:

"Elas disseram que não viriam."

a) Veja o livro que comprei.
b) Que conversa é essa?!
c) Vocês é que mandam.
d) Peço que voltem logo.
e) Tudo temos que fazer.

Resposta: d

PUC 1995

Há, em Língua Portuguesa, algumas palavras que admitem ou não flexão de número (singular/plural), dependendo de seu valor morfológico.

No texto em questão, aparece uma dessas palavras:

"(...) BASTANTE experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança..."

Considerando a possibilidade de flexão ou não da palavra, em função de seus diferentes empregos, assinale a alternativa incorreta:
a) Bastantes verdades experimentei anos depois do aviso que meu pai me deu.
b) Meu pai me falou bastante sobre verdades que eu encontraria anos depois.
c) Bastante tempo depois, eu encontraria muitas das verdades anunciadas no aviso de meu pai.
d) Bastantes anos depois, eu experimentaria as verdades do aviso de meu pai.
e) Anos depois, bastantes verdadeiros se tornaram também outros avisos de meu pai.

Resposta: e
 
UFJF 2003

Apresentamos, a seguir, considerações sobre o processo de formação de algumas palavras da língua portuguesa. Assinale a afirmativa INCORRETA:
a) O neologismo "BLOGUEIRA", embora tenha sua base de formação a partir de um empréstimo lingüístico, segue um padrão morfológico e ortográfico característico da língua portuguesa.
b) A palavra "BLOGUEIRA" comprova que a apropriação de estrangeirismos é um mecanismo de empobrecimento do processo de formação de palavras do português.
c) A exemplo de "BLOGUEIRA", palavras como "FUNQUEIRA" e "MARQUETEIRA" revelam mudanças, por influência de estrangeirismos, que contribuem para o enriquecimento do português.
d) O sufixo (-ANTE) em "cadeirANTE" designa uma ação, assim como em "acompanhANTE", mas sua anexação se dá a radicais de palavras de classes morfológicas distintas.
e) A formação da palavra "CADEIRANTE", a exemplo do que ocorre em "FICANTE", "FEIRANTE" e "ESTRESSANTE", atesta um mecanismo altamente produtivo de construção lexical em português.

Resposta: b
 
UFRJ 2001

Camelôs
Manuel Bandeira
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro
O cachorrinho que bate com o rabo
Os homenzinhos que jogam boxe
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma
Alegria das calçadas.
Uns falam pelos cotovelos:
- “O cavalheiro chega em casa e diz: ‘Meu filho, vai buscar um pedaço
de banana para eu acender o charuto.’ Naturalmente o menino pensará:
‘Papai está malu...’”
Outros, coitados, têm a língua atada.
Todos, porém, sabem mexer nos cordéis com o tino ingênuo de demiurgos
de inutilidades.
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heróicos da meninice...
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição de in-fância.
(In: Libertinagem. Seleta em prosa e verso. (Org. Emanuel de Moraes), Rio de
Janeiro: José Olympio, 1971, p.131).

Identifique dois recursos predominantes na caracterização dos núcleos do complemento do verbo VENDER, que se encontra no segundo verso do poema de Bandeira: um de natureza morfológica e um de natureza sintática. Diga quais são esses recursos.

Unesp 2003

Na morte dos rios
Desde que no Alto Sertão um rio seca,
a vegetação em volta, embora de unhas,
embora sabres, intratável e agressiva,
faz alto à beira daquele leito tumba.
Faz alto à agressão nata: jamais ocupa
o rio de ossos areia, de areia múmia.
(João Cabral de Melo Neto)

João Cabral de Melo Neto pretendeu criar uma linguagem para seus poemas que se afastasse um pouco da linguagem usual, por meio de pequenos desvios. Para isso, empregou, às vezes, palavras fora das classes morfológicas a que pertencem.


a) Transcreva os fragmentos em que isso acontece.

b) Identifique a classe original das palavras e a classe em que João Cabral as utilizou em seu poema.


Unicamp 1995

Mario Sergio Cortella, em sua coluna mensal "Outras Idéias" escreve:

(...) reconheça-se: a maior contribuição de Colombo não foi ter colocado um ovo em pé ou ter aportado por aqui depois de singrar mares nunca dantes navegados. Colombo precisa ser lembrado como a pessoa que permitiu a nós, falantes do inglês, do francês ou do português, que tivéssemos contato com uma língua que, do México até o extremo sul da América, é capaz de nos ensinar a dizer "nosotros" em vez de apenas "we", "nous", "nós", afastando a arrogante postura do "nós" de um lado e do "vocês" do outro. Pode parecer pouco, mas "nós" é quase barreira que separa, enquanto "nosotros" exige perceber uma visão de alteridade, isto é, ver o outro como um outro, e não como um estranho. Afinal, quem são os outros de nós mesmos? O mesmo que somos para os outros, ou seja, outros!
(Mario Sergio CortelIa, "Folha de S. Paulo", 9 de outubro de 2003).

O texto acima nos faz pensar na distinção entre um 'nós' inclusivo e um 'nós' excludente.
a) Segundo o excerto, 'nosotros' apresenta um sentido inclusivo. Justifique pela morfologia dessa palavra.
b) "Nós brasileiros falamos português" apresenta um 'nós' excludente. Explique.

 Unicamp 2009

Leia os seguintes artigos do Capítulo VIII do novo Código Civil (Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002):

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II – por infringência de impedimento.
(...)

Art. 1.550. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
(...)
VI – por incompetência da autoridade celebrante.

a) Os enunciados que introduzem os artigos 1.548 e 1.550 têm sentido diferente. Explique essa diferença, comparando, do ponto de vista morfológico, as palavras nulo e anulável.
b) Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), infringência vem de infringir (violar, transgredir, desrespeitar) + ência. Compare o processo de formação dessa palavra com o de incompetência, indicando eventuais diferenças e semelhanças.


Unicamp 2012

1. Os verbetes apresentados em (II) a seguir trazem significados possíveis para algumas palavras que ocorrem no texto intitulado Bicho Gramático, apresentado em (I).

I II BICHO GRAMÁTICO
Vicente Matheus (1908-1997) foi um dos personagens mais controversos do futebol brasileiro. Esteve à frente do paulista Corinthians em várias ocasiões entre 1959 e 1990. Voluntarioso e falastrão, o uso que fazia da língua portuguesa nem sempre era aquele reconhecido pelos livros. Uma vez, querendo deixar bem claro que o craque do Timão não seria vendido ou emprestado para outro clube, afirmou que “o Sócrates é invendável e imprestável”. Em outro momento, exaltando a versatilidade dos atletas, criou uma pérola da linguística e da zoologia: “Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático”.
(Adaptado de Revista de História da Biblioteca Nacional, jul. 2011, p. 85.)
Invendável: que não se pode vender ou que não se vende com facilidade.
Imprestável: que não tem serventia; inútil.
Aquático: que vive na água ou à sua superfície.
Gramático: que ou o que apresenta melhor rendimento nas corridas em pista de grama (diz-se de cavalo).
(Dicionário HOUAISS (versão digital on line), houaiss.uol.com.br)



a) Descreva o processo de formação das palavras invendável e imprestável e justifique a afirmação segundo a qual o uso que Vicente Matheus fazia da língua portuguesa “nem sempre era aquele reconhecido pelos livros”.
b) Explique por que o texto destaca que Vicente Matheus “criou uma pérola da linguística e da zoologia”.


2. O parágrafo reproduzido abaixo introduz a crônica intitulada Tragédia concretista, de Luís Martins.

O poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a namorada. E pensou: lábio, lábia. O lábio em que pensou era o da namorada, a lábia era a própria. Em todo o caso, na pior das hipóteses, já tinha um bom começo de poema. Todavia, cada vez mais obcecado pela lembrança daqueles lábios, achou que podia aproveitar a sua lábia e, provisoriamente desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura amada, na esperança de maiores intimidades e vantagens. Até os poetas concretistas podem ser homens práticos.
(Luís Martins, Tragédia concretista, em As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 132.)

a) Compare lábio e lábia quanto à forma e ao significado. Considerando a especificidade do poeta, justifique a ocorrência dessas duas palavras dentro da crônica.
b) Explique por que a palavra todavia (linha 3) é usada para introduzir um dos enunciados da crônica.


Unifesp 2010

Leia o anúncio.



(Veja, 24.06.2009.)

a) Explique que relação de sentido há entre os termos aperfeiçoamento e perfeição na construção da mensagem publicitária.
b) A palavra aperfeiçoamento deriva do verbo aperfeiçoar,que, por sua vez, deriva de perfeição. Indique o processo de formação usado em cada caso.




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