Para quebrar o gelo, todo professor costuma recorrer a dinâmicas no início do ano (ao menos que ele decida começar a aula escrevendo um texto enorme na lousa e - pesadelo dos alunos - pedindo lição de casa logo no primeiro dia!). Uma ideia que usei neste ano foi a de recortar papéis (1/2 folha de A4), sendo que em cada "ficha" havia uma pergunta impressa. Essas perguntas versavam sobre os gostos pessoais dos alunos, permitindo conhecer melhor a turma.
Os "passos" que segui na atividade foram:
1. Levar os alunos para um ambiente diferente da sala de aula - serve a quadra ou o pátio da escola - e fazê-los sentar em uma roda;
2. Explicar as instruções e ver se alguém tem alguma dúvida (óbvio, mas esquecer deste item arruina qualquer dinâmica);
3. Cada aluno recebe um papel e responde rapidamente à pergunta proposta (que pode ser: obra que tem o título mais bonito/ obra preferida/ obra que mais odeia/ obra que tem o pior título/ obra que mais te emociona/ obra que mais te causa raiva/ obra de que você gostava, mas não gosta mais/ obra que te lembra um lugar legal/ obra que te lembra um momento inesquecível);
4. Depois de responder, o aluno amassa o papel e joga a bolinha em alguma outra pessoa - "autorizar" que eles joguem bolinhas de papel uns nos outros ajuda a quebrar um tabu da escola e aumenta a diversão da turma;
5. Assim, a tendência é que eles respondam rapidamente na tentativa de dar sua opinião sobre o maior número de questões.
Como a maioria dos alunos não gosta de ler, tentei ser mais abrangente e permiti que a "obra" fosse o nome de um livro, de uma música ou de um filme. Trabalhei com um pouco de raciocínio imediato antes de começar o jogo, para que eles não demorassem muito pensando nas respostas das questões.
Depois de concluída a atividade, comentei os conceitos de "certo" e "errado", que não se aplicam nem às respostas que eles forneceram e nem aos textos que escreverem ao longo do ano. Assim, tentei substituir essa ideia pela de "adequado/inadequado". Alguém que citasse um filme de terror bastante sangrento como sua obra favorita, por exemplo, incorreria em uma atitude inadequada em contexto escolar - mas não errada, já que gostos não se julgam.
Contudo, os melhores resultados desta dinâmica vêm a posteriori: quando fui trabalhar preconceito linguístico, por exemplo, comentei o fato de que no item "título mais bonito", 70% dos alunos colocaram títulos de música em inglês. Eles mesmos concordaram que, em português, os títulos que julgam bonitos não teriam nenhuma graça - refletiram, portanto, sobre o status de diferentes línguas e suas variantes. Assim, é possível fazer uma verdadeira análise das respostas dos alunos e ir utilizando-as ao longo do ano, para comentar os assuntos das aulas.
Ideia excelente, parabéns! Vou fazer a tentativa da atividade.
ResponderExcluirnão gostei
ResponderExcluirok! gostaria do gabarito
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